Bancos deverão instalar guarda-volumes para uso de clientes

O Projeto de Lei 253/2008, proposto pelo deputado Kalil Sehbe (PDT) e em tramitação na Assembléia Legislativa, estabelece que os estabelecimentos bancários instalados no Rio Grande do Sul que possuam sistema de segurança com detector de metais nas portas giratórias coloquem unidades guarda-volumes à disposição de seus clientes e usuários. O parlamentar lembra que o grande índice de assaltos aos estabelecimentos bancários no país obrigou a instalação de portas giratórias com detectores de metais como medida de segurança. Esse sistema trava a porta de acesso sempre que o cliente portar algum objeto de metal, fazendo com que a pessoa tenha que depositar seus pertences em caixas instaladas junto à porta. Kalil ressalta que algumas vezes tais medidassubmetem os clientes a situações embaraçosas, pois são obrigados a expor os seus objetos pessoais, sob pena de não poderem entrar na agência bancária. “Os bancos não tem a função de polícia para ficar revistando as bolsas e sacolas das pessoas. Muitas vezes há o constrangimento de tirar objetos pessoais na frente de todos. As instituições precisam preservar a intimidade das pessoas”, afirmou.

Segundo Kalil, os mecanismos de segurança não evitam os inúmeros roubos nos estabelecimentos bancários. Com a instalação de guarda-volumes, os freqüentadores das agências bancárias ficariam resguardados da violação de seus direitos e teriam sua dignidade respeitada. “Eu estou respondendo a um anseio da sociedade que não quer mais passar por constrangimentos nas portas das instituições bancárias. É direito que os clientes têm”, salientou.

Prática já existe no setor comercial

Outros estabelecimentos comerciais já adotaram o sistema de guarda-volumes como medida de segurança. “Existem guarda-valores nos supermercados, lojas, empresas e até em armazéns. Por que não pode ter também nos bancos? É uma prática simples que já está consagrada no setor comercial”, lembrou Kalil.

O texto do projeto dispõe que o guarda-volumes seja instalado em um local próximo à porta com detector de metais, e em número suficiente para atender o fluxo de pessoas que utilizam os serviços do estabelecimento, tendo no mínimo 10 unidades. Além disso, o armário deve possuir chaves individuais que ficarão com os clientes enquanto permanecerem no interior do estabelecimento. “O projeto também tem o aspecto social, já que a instalação do guarda-volumes deve gerar empregos ou novas vagas para estagiários, que serão responsáveis por receber as bolsas, maletas e sacolas.” A Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul, que congrega as instituições financeiras gaúchas, disse, por meio do seu presidente, Fernando Lemos, que é contra o projeto.