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8 de Maio de 2024
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    Magistério. Que categoria!

    Quando o governo Yeda anunciou o que seria o seu pacote de bondades, houve quem acreditasse que, enfim chegara a vez dos funcionários mais mal pagos do RS, professores e brigadianos. O pacote redimiria um governo que, até aquele momento, só merecera críticas destas categorias, não por acaso as que estiveram na vanguarda das denúncias de corrupção que se amontoam na administração Yeda.

    Mas o que teria o condão de pacificar ânimos, acabou por acirrá-los. A primeira estranheza se deu quando os projetos do tal pacote foram enviados aos deputados sem que os maiores interessados pudessem conhecê-los na minúcia. Só quando houve o acesso aos textos oficiais das propostas é que se entendeu a razão de o governo não tê-los submetido às categorias. É que "o diabo", como ensina a sabedoria popular, "estava nos detalhes". O que se anunciou como aumento, não passava de embalagem cujo conteúdo trazia medidas prejudiciais à carreira: desprezo ao Piso Nacional, redução da licença-saúde, ultraje ao conhecimento, aos serviços prestados e à experiência. A sordidez maior, contudo, era a promessa falsa de que, com o pacote, nenhum professor ganharia menos de R$ 1.500,00.

    Mas calejados pelos anos de luta, espancados e até presos por este governo, os professores desconfiaram da repentina bondade tucana. Se Yeda entrara na Justiça para não pagar o Piso Nacional este sim uma conquista que garante salário básico digno, porque é que agora proporia algo melhor?

    Não era melhor. O que o governo fazia parecer piso, na verdade era teto. Os professores manteriam seus salários básicos e a nova lei trataria apenas de complementá-los até o valor de R$ 1.500,00. Propaganda enganosa: o que foi anunciado como ganho real não passava de abono. O golpe estava descoberto e era preciso impedi-lo.

    Foi então que os professores, que apesar dos míseros salários há anos seguem enfrentando o sol e a chuva para ensinar os filhos da nossa terra, os mesmos de quem Yeda cortou o ponto, deram ao povo gaúcho uma derradeira prova de valor. Eles foram para a praça, e acamparam na praça e dormiram em colchonetes na praça. E de lá, fizeram ouvir suas vozes nos palácios. Saíram vitoriosos. Não porque tenham ganho o que merecem, mas porque impediram que sua história se desmerecesse. Demonstraram a categoria de sempre. Sim, porque quando se fala de magistério gaúcho, categoria é adjetivo.

    *Líder da bancada do PT na Assembleia Legislativa

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/magisterio-que-categoria/2049874

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