Após dez anos, Giovani Feltes retorna ao Parlamento para terceiro mandato

Maioria dos votos de Feltes veio de Campo Bom, onde já foi prefeito Os 55.276 votos conquistados por Giovani Feltes (PMDB) o conduzirão ao terceiro mandato na Assembleia Legislativa depois de dez anos afastado da vida parlamentar. “Eu me sinto muito bem no Legislativo. Aqui passei momentos prazerosos, de muitos embates políticos, com a materialização de alguns sonhos, de algumas expectativas, de algumas frustrações. Foi um período marcado por algumas amizades que perduram, independente das diferenças partidárias, políticas e ideológicas, o que, para mim, é ainda mais caro”, afirma, ao se referir aos dois mandatos que exerceu na Casa, de 1995 a 2000, quando renunciou para assumir a prefeitura de Campo Bom pela segunda vez.

De volta à Assembleia Legislativa, como em mandatos anteriores, Feltes irá representar o Vale do Sinos, do Caí e do Paranhana, regiões onde obteve expressivo apoio eleitoral. Em Campo Bom, município que governou como prefeito por três gestões, conquistou a maior votação, 18.515 votos, seguido por Novo Hamburgo, onde fez 16.737 votos. Somadas, as duas cidades representam 63,7% do total de votos obtido por Feltes. Filho de trabalhadores das indústrias de calçados, o deputado eleito lutará pelo setor coureiro-calçadista. “Trazer esse assunto à baila é absolutamente necessário, embora saibamos que a maior parte das demandas dos setores organizados dessa importante atividade fabril estejam relacionadas à esfera federal de poder”.

Diferente da experiência parlamentar anterior, quando foi uma das principais lideranças na Assembleia da gestão de Antônio Brito, Feltes agora será oposição ao Executivo. “Para nós, está franqueada a crítica e a solução de todos os problemas sem mostrar exatamente como faz. O fato é que eu não pretendo me portar assim. Mas também é muito fácil fazer o discurso de que tudo que é bom para o Rio Grande eu vou votar a favor e aquilo que eu achar que é ruim vou votar contra. Esse discurso todo mundo faz e eu também faço, mas será que isso é bem verdadeiro?”, questiona. Feltes acredita que o acúmulo de experiência política e administrativa de ambos os lados permitirá um outro tipo de relação. “O PT foi governo federal, aprendeu um bocado, e quem sabe eu também tenha aprendido com a oposição. Quem sabe o Tarso não seja o mesmo Olívio que foi governador naquela época. Quem sabe nós todos tenhamos amadurecido”, projetou.

O deputado eleito pretende se dedicar às comissões permanentes e às manifestações na tribuna para discutir assuntos que importam ao estado e ao Brasil. “Muito me agradaria voltar à CCJ, que é uma comissão fundamental. Se isso me for franqueado pelos meus colegas na negociação democrática, será muito prazeroso”. Feltes também acredita que o futuro mandato trará desafios ao conjunto dos deputados peemedebistas. “Quero acreditar que está sobre os ombros da bancada do PMDB da Assembleia um peso muito grande. Como uma última trincheira para resgatar minimamente as coisas do partido aqui no Rio Grande do Sul. Para isso, eu gostaria de ser um ator e não um figurante”, afirmou.

Perfil

Natural de São Leopoldo, aos 53 anos, Giovani Feltes é casado com Anita e tem quatro filhos, quadrigêmeos: Felipe, Gustavo, Vinícius e Guilherme. Líder estudantil e integrante do MDB jovem, iniciou sua vida pública em 1977 como vereador em Campo Bom, cargo que veio a ocupar por 12 anos. Em 1988, elegeu-se prefeito desse município.

Giovani Feltes assumiu seu primeiro mandato parlamentar na Assembleia Legislativa em 1995. No Legislativo gaúcho, exerceu a liderança da bancada do PMDB e desempenhou a função de membro titular das comissões de Constituição e Justiça, de Educação e de Cidadania e Direitos Humanos. Reeleito deputado estadual em 1998, renunciou dois anos depois para exercer o segundo de três mandatos como prefeito de Campo Bom. Em 2003, foi reeleito para continuar no Executivo do município.