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18 de Abril de 2024
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    A privatização ressurge do caos do neoliberalismo

    A crise econômica mundial, fruto do neoliberalismo, está sendo paga pelos trabalhadores. Os capitalistas pediram socorro ao Estado para salvar os bancos. Os governos optaram pela socialização do prejuízo ajudando aos bancos e deprimindo suas economias com recessão e desemprego. Os europeus, que tinham boa assistência social, protestam nas ruas contra o empobrecimento de seus povos. O capitalismo predatório é questionado no mundo todo. No Brasil, a concentração da renda, finalidade última dos neoliberais, foi interrompida em 2003, com a posse do presidente Lula. O país optou por um projeto de inclusão social, fortalecimento do mercado interno e da economia nacional tendo o Estado como indutor do crescimento.

    No RS, a vitória de Tarso Genro também é uma reação social à privatização e desmonte do Estado, realizada pelos governos Brito e Yeda, que precarizaram a segurança, a saúde e a educação deixando como símbolo maior de suas políticas os pedágios e as cruéis escolas de lata. É com espanto que a sociedade gaúcha vê ressurgir, das cinzas da destruição neoliberal, o discurso privatizante. Gestores municipais, apoiados pela iniciativa privada, estão privatizando o serviço de saneamento básico. Citam o exemplo europeu, mas ocultam que na Itália a péssima qualidade do serviço foi derrotada por referendo, de iniciativa popular, no qual 96% do eleitorado votou pela revogação do decreto que privatizava a água italiana (conhecido como Decreto Ronchi). Na Inglaterra, estudo da Universidade de Greenwich, evidenciou que nos 10 anos de privatização as concessionárias inglesas cresceram 147%; as tarifas subiram 245%; os postos de trabalho foram reduzidos em 21%; os acidentes ambientais aumentaram e caiu a qualidade da água. A privatização não deu certo na Europa.

    A água é um elemento vital à vida, por isso a Corsan adota a política do subsídio cruzado, na qual parte do lucro obtido nas cidades maiores é destinada à infraestrutura e atendimento das cidades menores e mais pobres. A Corsan, assim como o Samae em Caxias e o Dmae em Porto Alegre, trabalha na concepção de que a água é um direito de todos e não somente de quem pode pagar altas tarifas. O desafio do RS é derrotar o poder econômico, que quer monopolizar o setor por 20 ou 30 anos, e reafirmar que a água é um direito de todos. Vivemos a péssima experiência dos pedágios, não podemos repeti-la com a água que é essencial à vida humana.

    * Deputada estadual e presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da ALRS

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