Psicólogo denuncia agressão em clube e desaparecimento de imagens de câmeras de segurança
O psicólogo revelou ainda que, logo em seguida, foi arrastado para trás de um pilar por dois ou três homens, que passaram a espancá-lo junto com o pai da formanda. “Deram chutes, tapas e cusparadas. Só pararam quando a mãe da formanda apareceu. Então, dois seguranças me arrastaram para fora do clube”, afirmou.
O caso foi registrado na Polícia Civil. No entanto, Beccon está enfrentando dificuldades para obter as imagens filmadas pelas câmeras de segurança do clube. “Justamente, a câmera que poderia alcançar a agressão, segundo o clube, estava com problemas em virtude de obras realizadas na cozinha do estabelecimento. As outras fitas têm 360 minutos de filmagens, mas faltam exatamente os momentos em que a agressão aconteceu”, apontou.
O psicólogo disse ainda que acha muito estranho que o advogado escolhido pela família da formanda para representá-la seja também um diretor do Leopoldina Juvenil.
A deputada Manuela d” Ávila (PCdoB) defendeu que a CCDH acompanhe o caso. Segundo ela, o desaparecimento das imagens da agressão pode configurar destruição de provas, o que é crime. Ela sugeriu também que a Comissão consulte a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a situação do advogado da família. “É preciso levar em conta que o clube também deve ser responsabilizado na medida em que tem o dever de criar um ambiente igualitário para todos”, sustentou, recomendando que a CCDH questione a instituição tendo como pano de fundo a legislação existente.
A parlamentar lembrou que a Lei Orgânica de Porto Alegre estabelece sanções para estabelecimentos que pratiquem atos de homofobia, e a lei estadual 11.872/2002, que dispõe sobre o respeito à dignidade humana, prevê multas para estes casos. “Temos que ser exemplares e percorrer o caminho do combate à homofobia. Há algo de muito errado e não estamos fazendo a nossa parte. Do contrário, a certeza da punição inibiria a ação dos agressores”, acredita a parlamentar.
A vice-presidente da CCDH, deputada Miriam Marroni (PT), classificou o episódio de deplorável e alertou para o avanço da intolerância, homofobia e crimes de ódio no Brasil.
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