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27 de Abril de 2024
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    Enio Bacci reafirma legado de Getúlio Vargas 63 anos após sua morte

    No dia que marca a morte do presidente Getúlio Vargas, ocorrida há 63 anos (em 24 de agosto de 1954), o deputado Enio Bacci (PDT) registrou da tribuna, durante o Grande Expediente, os avanços promovidos no país pelo gaúcho de São Borja a partir da Revolução de 30. O “pai dos pobres”, como era chamado pelos trabalhadores pela ousadia em promover garantias sociais, como as leis trabalhistas, entrou na história como estadista pela habilidade política em modernizar o Brasil. O deputado destacou no discurso o legado do trabalhista ao país. A homenagem reuniu o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o ex-governador Ciro Gomes, os deputados Pompeo de Mattos e Afonso Motta, o ex-prefeito de Canoas, Jairo Jorge, o secretário-geral do partido, Manoel Dias, e o ex-deputado Vieira da Cunha, além de outras lideranças históricas do trabalhismo. “Getúlio soube governar para todos e levou aos brasileiros os direitos de um cidadão”, disse Enio Bacci da tribuna, falando da comoção e desespero que tomou conta do país no dia 24 de agosto de 1954, depois de anunciado o suicídio de Vargas. As mobilizações, dor e raiva surgidas por todas as partes do país têm explicação porque “a história da política brasileira pode ser dividida entre antes e depois de Getúlio Vargas”, assegurou. Do período colonial, marcado pela exclusão social e ausência de direitos civis e políticos, o país entrou num novo ciclo econômico e social do final da década de 20 até os anos 50 “graças a suas características de líder nato, suas qualidades de estadista, como coragem, sabedoria e ousadia, combinados com o carisma que o aproximavam do povo”, que o tratava como “pai dos pobres”. Segundo Bacci, na Carta Testamento estão descritos os motivos que “tiraram Getúlio da vida para deixá-lo na história”. Industrialização e avanços sociais Depois de unificar o Rio Grande do Sul, de 1928 a 1930, Getúlio Vargas partiu para a grande obra nacional construída a partir da chamada Revolução de 30, rompendo com a hegemonia rural da época e alicerçando o período industrial combinado com os avanços sociais aos trabalhadores. Criou o Ministério do Trabalho, a legislação social e trabalhista, a Justiça do Trabalho e a Consolidação das Leis do Trabalho, CLT, em 1º de maio de 1938. “Foi fixado o período de oito horas para os trabalhadores da indústria e comércio, regulação do trabalho feminino e proibição do trabalho para menores de 14 anos”, relatou o deputado, “a criação do salário mínimo em 1º de maio de 1940 foi um ganho dos trabalhadores até então “jogados à própria sorte”, pela ausência de um estado que intermediasse as relações trabalhistas”. Vargas definiu a base da atual legislação trabalhista, do sistema previdenciário e organizou os trabalhadores urbanos em sindicatos estáveis. Também foi obra do trabalhista histórico as mudanças eleitorais, como o voto secreto, o direito de voto às mulheres e a Justiça Eleitoral, “a cidadania emergiu da Era Vargas, garantindo direitos básicos”, classificou Bacci. A construção do nacionalismo Mas um dos principais traços do político nascido na fronteira do Brasil com a Argentina, em 19 de abril de 1882, em São Borja, foi o seu empenho na construção do país, criando estatais e nacionalizando o subsolo, o minério e as jazidas de petróleo, a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Petrobras, a Eletrobras, o BNDES e o Banco do Nordeste. “Essa política autônoma incomodou os interesses internacionais e as grandes multinacionais”, atitude que o deputado apontou como o principal motivo do golpe militar de 1946 que o afastou da presidência para retornar quatro anos mais tarde, em 1950, “nos braços do povo” depois de uma campanha popular empolgante. O período de ausência do poder repercutiu no segundo governo Vargas, que encontrou forte oposição devido às medidas nacionalistas empreendidas. “Associadas, oposição e empresas estrangeiras criaram uma forte conspiração, subsidiada pela imprensa, num ambiente hostil contra Getúlio, cujo governo era apresentado como “mar de lama”, contou ele. “As intrigas e acusações levianas o levaram ao suicídio”, mas o legado supera o tempo e “será sempre lembrado como o maior estadista do nosso povo”, garantiu. Herdeiros dos princípios trabalhistas, João Goulart e Leonel Brizola se encarregaram de dar continuidade à obra de Vargas. Brizola liderou em 1961 a Campanha da Legalidade e adiou por três anos o golpe de 1964, “cujo objetivo foi varrer o pensamento e os líderes trabalhistas”, afirmou. Corrupção, cinismo e traição Para Enio Bacci, a pressão política que resultou no suicídio de Vargas remete ao cenário político atual. “Getúlio perdeu a disposição de resistir ao constatar que convivera com criminosos. Hoje, vivemos justamente o contrário. Governantes que no mais alto cinismo esquecem o Brasil ou o povo brasileiro e colocam em primeiro lugar seus interesses e sua ganância”. Ele se referiu ao ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, que muitos acreditavam “encarnava” a herança do projeto desenvolvimentista de Vargas, “mas acabou afundando verdadeiramente em um “mar de lama”, dizendo que “o povo se sentiu traído pelo modelo que se mostrava defensor dos trabalhadores e dos pobres”. Disse, ainda, que “a corrupção endêmica se tornou um estilo de governo e um instrumento de poder”, atingindo a Petrobras, “devastada por políticos corruptos e governos corrompíveis”. De outra parte, Michel Temer “se utiliza de instrumentos imorais para permanecer no cargo, comprando o Congresso Nacional com cargos e liberação de emendas parlamentares”, continuou da tribuna, “a corrupção está impregnada nos poderes e contaminou os figurões da nossa política, Lula, Michel Temer, Aécio Neves, Paulo Maluf”. Questionou a legitimidade de Temer, “surpreendido em gravações de conversas com um dos maiores empresários do país combinando propinas”, mesmo assim a investigação não avançou. Tudo isso num ambiente de crise econômica aguda, descrédito internacional, redução de investimentos e aumento do desemprego, “a mesma situação dramática do governo gaúcho, com parcelamento de salários e sem recursos mínimos para investimentos”, resumiu. Bacci reafirmou os compromissos dos trabalhistas com o ideário de seus líderes, pregando a construção de uma terceira via para as eleições do próximo ano, pois “o legado de Getúlio é perpétuo e presente para os trabalhadores e a sociedade brasileira”, defendendo que o PDT assuma a recuperação do trabalhismo autêntico e se apresente como alternativa. Ele acredita que além do trabalho da Justiça contra a corrupção, “caberá ao eleitor eliminar os corruptos através do voto”, com base num projeto de afirmação da soberania nacional, fortalecendo a democracia pela educação pública de qualidade. Apartes Do plenário, a homenagem aos 63 anos da morte de Getúlio Vargas foi comentada pelos seguintes deputados, em apartes: deputado Juliano Roso (PCdoB), Missionário Volnei (PSC), Ibsen Pinheiro (PMDB), Gilmar Sossella (PDT), e Tarcísio Zimmermann (PT). © Agência de Notícias
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